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Poesias de Amor para seu namorado e namorada

Poesias de amor

Confira lindos poemas de amor para você enviar para quem você ama, seja seu namorado, namorada, noivo, noiva, marido, esposa ou apenas ficantes!


Quero um beijo sem fim,

Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!

Ferve-me o sangue. Acalma-o com teu beijo,

Beija-me assim!

O ouvido fecha ao rumor

Do mundo, e beija-me, querida!

Vive só para mim, só para a minha vida,

Só para o meu amor!

Fora, repouse em paz

Dormindo em calmo sono a calma natureza,

Ou se debata, das tormentas presa,

Beija inda mais!

E, enquanto o brando calor

Sinto em meu peito de teu seio,

Nossas bocas febris se unam com o mesmo anseio,

Com o mesmo ardente amor!

Diz tua boca: "Vem!"

Inda mais! Diz a minha, a soluçar... Exclama

Todo o meu corpo que o teu corpo chama:

"Morde também!"

Ai! morde! Que doce é a dor

Que me entra as carnes, e as tortura!

Beija mais! Morde mais! Que eu morra de ventura,

Morto por teu amor!

Quero um beijo sem fim,

Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!

Ferve-me o sangue: acalma-o com teu beijo!

Beija-me assim!

O ouvido fecha ao rumor

Do mundo, e beija-me, querida!

Vive só para mim, só para a minha vida,

Só para o meu amor!


--


O Poema do Amor Maior


Nas glórias de um amor maior

eu não resisto ao tempo ou ao

mar, à flora ou à terra e a tudo

que permitir uma vida em paz.


E se nascer algo mais belo que

para você seja algo menor ou

até esperança ou uma clara ou

escura harmonia de dois corações.


E fujo da estrada ou volto a ela

ou corro mais rápido ou abrando

minha velocidade e tento escapar

das garras do amor se você quiser.


Nas costas do céu o amor vive em

pensamento das flores sem pétala ou

flores ao vento, à guerra ou à sorte

vive o amor nosso tão nosso.


--


Amor é fogo que arde sem se ver

(Luís Vaz de Camões)


Amor é um fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói, e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.


É um não querer mais que bem querer;

É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se e contente;

É um cuidar que ganha em se perder;


É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata, lealdade.


Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?


--


Soneto do amor total


Amo-te tanto, meu amor… não cante

O humano coração com mais verdade…

Amo-te como amigo e como amante

Numa sempre diversa realidade


Amo-te afim, de um calmo amor prestante,

E te amo além, presente na saudade.

Amo-te, enfim, com grande liberdade

Dentro da eternidade e a cada instante.


Amo-te como um bicho, simplesmente,

De um amor sem mistério e sem virtude

Com um desejo maciço e permanente.


E de te amar assim muito e amiúde,

É que um dia em teu corpo de repente

Hei de morrer de amar mais do que pude.


--


Interessante nosso caso!

Nosso amor parece ter encontrado a pitada certa

O tempero no ponto exato,

Pois não é doce demais, tampouco salgado...

Ele é algo difícil de se explicar.

É como uma rosa que teima nascer entre pedras,

Desafiando o calor intenso e a falta d´água

Mas, depois de algum tempo, suas raízes encontraram solo fértil

Então, na calada da noite, cresceu e se tornou uma linda rosa...

Uma rosa que é rosa à noite e é azul de dia.

Um amor que cresceu sem se importar onde ia chegar

E chegou onde está, mais seguro, mais tranqüilo

mais maduro.

Um amor que une uma peixinha e um lobo

Um lobo que aprendeu a amar o mar

para poder chegar perto de sua amada!

Uma peixinha que, de teimosa, ensinou um lobo a amá-la

Estranhos os caminhos do amor!

Maravilhosos os efeitos deste amor dentro de nós!

Desejo a nós dois muito tempo para dividirmos,

Muito amor para gastar,

Muitos sorrisos e muitas gargalhadas,

Porque a vida, apesar de seus contratempos, é linda!

Muito mais linda com você junto de mim!

Com amor e carinho.


--


Mil Histórias de Amor e um Poema

Não são borboletas, são corações

seriam flores de outras ocasiões

ou amores de certas devoções

dores de novas canções.


Seria infeliz o que do amor vive

ou em harmonia constante da

paixão vive desamparado ou

até do mar vive só o apaixonado.


Seria capaz qualquer olhar junto ou

ou em paz se sozinho vivesse o amor

que de rosas vivem espinhos e flores

vivem da suave sensação do vento cru.


Não são loucos ou deuses, são de

osso e com língua falam o que

mudos corações sem tamanho

sentem quando algo bate mais forte.


--


Cantiga para não morrer

(Ferreira Gullar)


Quando você for se embora,

moça branca como a neve,

me leve.

Se acaso você não possa

me carregar pela mão,

menina branca de neve,

me leve no coração.

Se no coração não possa

por acaso me levar,

moça de sonho e de neve,

me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa

por tanta coisa que leve

já viva em seu pensamento,

menina branca de neve,

me leve no esquecimento.


--


Tenta-me de novo


E por que haverias de querer minha alma

Na tua cama?

Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas

Obscenas, porque era assim que gostávamos.

Mas não menti gozo prazer lascívia

Nem omiti que a alma está além, buscando

Aquele Outro. E te repito: por que haverias

De querer minha alma na tua cama?

Jubila-te da memória de coitos e acertos.

Ou tenta-me de novo. Obriga-me.


--


Amor é síntese


Por favor, não me analise

Não fique procurando

cada ponto fraco meu

Se ninguém resiste a uma análise

profunda, quanto mais eu!

Ciumenta, exigente, insegura, carente

toda cheia de marcas que a vida deixou:

Veja em cada exigência

um grito de carência,

um pedido de amor!


Amor, amor é síntese,

uma integração de dados:

não há que tirar nem pôr.

Não me corte em fatias,

(ninguém abraça um pedaço),

me envolva todo em seus braços

E eu serei perfeita, amor!


--


Amor é bicho instruído

Olha: o amor pulou o muro

o amor subiu na árvore

em tempo de se estrepar.

Pronto, o amor se estrepou.

Daqui estou vendo o sangue

que escorre do corpo andrógino.

Essa ferida, meu bem

às vezes não sara nunca

às vezes sara amanhã.


--


Puedo escribir los versos más tristes esta noche.

Escribir, por ejemplo: "La noche está estrellada,

y tiritan, azules, los astros, a lo lejos".

El viento de la noche gira en el cielo y canta.


Puedo escribir los versos más tristes esta noche.

Yo la quise, y a veces ella también me quiso.

En las noches como esta la tuve entre mis brazos.

La besé tantas veces bajo del cielo infinito.

Ella me quiso, a veces yo también la quería.

Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.


Puedo escribir los versos más tristes esta noche.

Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.

Oir la noche inmensa, más inmensa sin ella.

Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.

Qué importa, que mi amor no pudiera guardala.

La noche está estrellada y ella no está conmigo.


Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.

Mi alma no se contenta con haberla perdido.

Como para acercala mi mirada la busca.

Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.

La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.

Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.


Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.

Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.

De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.

Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.

Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.

Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.


Porque en noches como esta la tuve entre mis brazos,

mi alma no se contenta con haberla perdido.

Aunque este sea el último dolor que ella me causa,

y estos sean los últimos versos que yo le escribo.


(Pablo Neruda)


--


Casamento

(Adélia Prado)


Há mulheres que dizem:

Meu marido, se quiser pescar, pesque,

mas que limpe os peixes.

Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,

ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.

É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,

de vez em quando os cotovelos se esbarram,

ele fala coisas como ‘este foi difícil’

‘prateou no ar dando rabanadas’

e faz o gesto com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez

atravessa a cozinha como um rio profundo.

Por fim, os peixes na travessa,

vamos dormir.

Coisas prateadas espocam:

somos noivo e noiva.


--


Canção


Não te fies do tempo nem da eternidade,

que as nuvens me puxam pelos vestidos

que os ventos me arrastam contra o meu desejo!

Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,

que amanhã morro e não te vejo!

Não demores tão longe, em lugar tão secreto,

nácar de silêncio que o mar comprime,

o lábio, limite do instante absoluto!

Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,

que amanhã eu morro e não te escuto!

Aparece-me agora, que ainda reconheço

a anêmona aberta na tua face

e em redor dos muros o vento inimigo…

Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,

que amanhã eu morro e não te digo…


--


O amor, quando se revela,

Não se sabe revelar.

Sabe bem olhar p'ra ela,

Mas não lhe sabe falar.


Quem quer dizer o que sente

Não sabe o que há de dizer.

Fala: parece que mente...

Cala: parece esquecer...


Ah, mas se ela adivinhasse,

Se pudesse ouvir o olhar,

E se um olhar lhe bastasse

P'ra saber que a estão a amar!


Mas quem sente muito, cala;

Quem quer dizer quanto sente

Fica sem alma nem fala,

Fica só, inteiramente!


Mas se isto puder contar-lhe

O que não lhe ouso contar,

Já não terei que falar-lhe

Porque lhe estou a falar...


Fernando Pessoa


--


Amemos! Quero de amor

Viver no teu coração!

Sofrer e amar essa dor

Que desmaia de paixão!

Na tu´alma, em teus encantos

E na tua palidez

E nos teus ardentes prantos

Suspirar de languidez!


Quero em teus lábio beber

Os teus amores do céu,

Quero em teu seio morrer

No enlevo do seio teu!

Quero viver d´esperança,

Quero tremer e sentir!

Na tua cheirosa trança

Quero sonhar e dormir!


Vem, anjo, minha donzela,

Minha alma, meu coração!

Que noite, que noite bela!

Como é doce a viração!

E entre os suspiros do vento

Da noite ao mole frescor,

Quero viver um momento,

Morrer contigo de amor!


--


Você é tudo que eu poderia sonhar,

uma namorada linda e perfeita para amar.

Você é tudo que eu sempre quis,

alguém querida e sincera e que me faz feliz.


Por isso, sempre agradeço por ter você

ao meu lado

e por poder ser seu namorado.

Nunca esqueça que você é tudo

que importa para mim!


Te amo mais que tudo, meu amor!


--


Soneto LXVI

(Pablo Neruda)


Não te quero senão porque te quero

e de querer-te a não querer-te chego

e de esperar-te quando não te espero

passa meu coração do frio ao fogo.


Quero-te apenas porque a ti eu quero,

a ti odeio sem fim e, odiando-te, te suplico,

e a medida do meu amor viajante

é não ver-te e amar-te como um cego.


Consumirá talvez a luz de Janeiro,

o seu raio cruel, meu coração inteiro,

roubando-me a chave do sossego.


Nesta história apenas eu morro

e morrerei de amor porque te quero,

porque te quero, amor, a sangue e fogo.


--


As sem-razões do amor


Eu te amo porque te amo.

Não precisas ser amante,

e nem sempre sabes sê-lo.

Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça

e com amor não se paga.


Amor é dado de graça,

é semeado no vento,

na cachoeira, no eclipse.

Amor foge a dicionários

e a regulamentos vários.


Eu te amo porque não amo

bastante ou de mais a mim.

Porque amor não se troca,

não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor a nada,

feliz e forte em si mesmo.


Amor é primo da morte,

e da morte vencedor,

por mais que o matem (e matam)

a cada instante de amor.


--


Dedução


Não acabarão nunca com o amor,

nem as rusgas,

nem a distância.

Está provado,

pensado,

verificado.

Aqui levanto solene

minha estrofe de mil dedos

e faço o juramento:

Amo

firme,

fiel

e verdadeiramente.


Vladimir Maiakóvski


--


Nas palmas de tuas mãos

leio as linhas da minha vida.


Linhas cruzadas, sinuosas,

interferindo no teu destino.


Não te procurei, não me procurastes –

íamos sozinhos por estradas diferentes.


Indiferentes, cruzamos

Passavas com o fardo da vida…


Corri ao teu encontro.

Sorri. Falamos.


Esse dia foi marcado

com a pedra branca

da cabeça de um peixe.


E, desde então, caminhamos

juntos pela vida…


--


Vocês são o mais puro dos

sentimentos, a mais bela

das vaidades, a infinita dor

inexistente e o amor e toda

paixão e toda verdade que

vive no meu coração.


Vocês são a melhor parte que

existe em mim, a porção mais

rica, o pedaço mais poderoso

e a angústia invisível e todas

as amarguras irrelevantes ou

pouco constantes ou nulas até.


Filhos são assim, ímpares ou

pares desfeitos e jamais unidos

ou corpos distantes de cores

mágicas e sempre presentes na

tela da memória, na obra do que

é valioso e só na arte de amar.


--


Amar e ser amado

(Castro Alves)


Amar e ser amado! Com que anelo

Com quanto ardor este adorado sonho

Acalentei em meu delírio ardente

Por essas doces noites de desvelo!

Ser amado por ti, o teu alento

A bafejar-me a abrasadora frente!

Em teus olhos mirar meu pensamento,

Sentir em mim tu’alma, ter só vida

P’ra tão puro e celeste sentimento:

Ver nossas vidas quais dois mansos rios,

Juntos, juntos perderem-se no oceano —,

Beijar teus dedos em delírio insano

Nossas almas unidas, nosso alento,

Confundido também, amante — amado —

Como um anjo feliz… que pensamento!


--


Ao coração que sofre, separado

Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,

Não basta o afeto simples e sagrado

Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,

Nem só desejo o teu amor: desejo

Ter nos braços teu corpo delicado,

Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem

Não me envergonham: pois maior baixeza

Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem

Ser de homem sempre e, na maior pureza,

Ficar na terra e humanamente amar.


--


POEMINHA SENTIMENTAL


O meu amor, o meu amor, Maria

É como um fio telegráfico da estrada

Aonde vêm pousar as andorinhas...

De vez em quando chega uma

E canta

(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)

Canta e vai-se embora

Outra, nem isso,

Mal chega, vai-se embora.

A última que passou

Limitou-se a fazer cocô

No meu pobre fio de vida!

No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:

As andorinhas é que mudam.


--


Foi para ti

que desfolhei a chuva

para ti soltei o perfume da terra

toquei no nada

e para ti foi tudo


Para ti criei todas as palavras

e todas me faltaram

no minuto em que falhei

o sabor do sempre


Para ti dei voz

às minhas mãos

abri os gomos do tempo

assaltei o mundo

e pensei que tudo estava em nós

nesse doce engano

de tudo sermos donos

sem nada termos

simplesmente porque era de noite

e não dormíamos

eu descia em teu peito

para me procurar

e antes que a escuridão

nos cingisse a cintura

ficávamos nos olhos

vivendo de um só olhar

amando de uma só vida.


--


Caem lágrimas e sorrisos se perdem

no infinito do tempo entre um oi e

um amor que desabrocha.

E é amor.

Ou é calor.

E é paixão.

Ou é verão.

Nunca frio.

Nunca inverno.

Verão.


--


Adultos

(Vladímir Maiakóvski)


Os adultos fazem negócios.

Têm rublos nos bolsos.

Quer amor? Pois não!

Ei-lo por cem rublos!

E eu, sem casa e sem teto,

com as mãos metidas nos bolsos rasgados,

vagava assombrado.

À noite

vestis os melhores trajes

e ides descansar sobre viúvas ou casadas.

A mim

Moscou me sufocava de abraços

com seus infinitos anéis de praças.

Nos corações, nos relógios

bate o pêndulo dos amantes.

Como se exaltam as duplas no leito do amor!

Eu, que sou a Praça da Paixão,

surpreendo o pulsar selvagem

do coração das capitais.

Desabotoado, o coração quase de fora,

abria-me ao sol e aos jatos de água.

Entrai com vossas paixões!

Galgai-me com vossos amores!

Doravante não sou mais dono de meu coração!

Nos demais — eu sei,

qualquer um o sabe —

O coração tem domicílio

no peito.

Comigo a anatomia ficou louca.

Sou todo coração —

em todas as partes palpita.

Oh! Quantas são as primaveras

em vinte anos acesas nesta fornalha!

Uma tal carga

acumulada

torna-se simplesmente insuportável.

Insuportável

não para o verso

de veras.


--


Futuros amantes


Não se afobe, não

Que nada é pra já

O amor não tem pressa

Ele pode esperar em silêncio

Num fundo de armário

Na posta-restante

Milênios, milênios

No ar


E quem sabe, então

O Rio será

Alguma cidade submersa

Os escafandristas virão

Explorar sua casa

Seu quarto, suas coisas

Sua alma, desvãos


Sábios em vão

Tentarão decifrar

O eco de antigas palavras

Fragmentos de cartas, poemas

Mentiras, retratos

Vestígios de estranha civilização


Não se afobe, não

Que nada é pra já

Amores serão sempre amáveis

Futuros amantes, quiçá

Se amarão sem saber

Com o amor que eu um dia

Deixei pra você


--


Homenagem às mães


Mãe, amor sincero sem exagero.

Maior que o teu amor, só o amor de Deus...

És uma árvore fecunda, que germina um novo ser.

Teus filhos, mais que frutos, são parte de você...


És capaz de doar a própria vida para salva-los.

E muito não te valorizam...

Quando crescem, de te esquecem.

São poucos, os que reconhecem...


Mas, Deus nunca lhe esquecerá.

E abençoará tudo que fizerdes aos seus...

Peço ao Pai Criador que abençoe você.

Um filho precisa ver o risco que é ser mãe...

Tudo é cirurgia, mas ela aceita com alegria.

O filho que vai nascer...


Obrigado é muito pouco, presente não é tudo.

Mas, o reconhecimento, isso! Sim, é pra valer...

Meus sinceros agradecimentos por este momento.

Maio, mês referente às mães, embora é bom lembrar...

Dia das mães, que alegria é todo dia.


--


Quem namora agrada a Deus. 

Namorar é a forma bonita de viver um amor. 

Não namora quem cobra nem quem desconfia. 

Namora, quem lê nos olhos e sente no coração as vontades saborosas do outro. 

Namora, quem se embeleza em estado de amor

A pele melhor, o olhar com brilho de manhã.


Namora, quem suspira, quem não sabe esperar, mas espera, 

quem se sacode de taquicardia e timidez diante da paixão. 

Namora, quem ri por bobagem, quem entra em estado de música da Metro, 

quem sente frios e calores nas horas menos recomendáveis.


Não namora quem ofende, quem transforma a relação num inferno, ainda que por amor. 

Amor às vezes entorta, sabia? E quando acontece, o feito pra bom faz-se ruim. 

Não namora quem só fala em si e deseja o parceiro apenas para a glória do próprio eu. 

Não namora quem busca a compreensão para a sua parte ruim.

O invejoso não namora. Tampouco o violento!


Namorados que se prezam tem a sua música.

E não temem se derreter quando ela toca.

Ou, se o namoro acabou, nunca mais dela se esquecem.


Namorados que se prezam gostam de beijo, suspiro,

morderem o mesmo pastel, dividir a empada, beber no mesmo copo. 

Apreciam ternurinhas que matam de vergonha fora do namoro

ou lhes parecem ridículas nos outros.


Por falar em beijo, só namora quem beija de mil maneiras 

e sabe cada pedaço e gostinho da boca amada. 

Beijo de roçar, beijo fundo, inteirão, os molhados,

os de língua, beijo na testa,

beijo livre como o pensamento, beijo na hora certa e no lugar desejado.

Sem medo nem preconceito.

Beijo na face, na nuca e aquele especial atrás da orelha no lugar que só ele ou ela conhece.


Namora, quem começa a ver muito mais no mesmo que sempre viu e jamais reparou.

Flores, árvores, a santidade, o perdão, Deus, tudo fica mais

fácil para quem sabe de verdade o que é namorar.


Por isso só namora quem se descobre dono de um lindo amor,

tecido do melhor de si mesmo e do outro. 

Só namora quem não precisa explicar, quem já começa a 

falar pelo fim, quem consegue manifestar com clareza e facilidade 

tudo o que fora do namoro é complicado.


Namora, quem diz: "Precisamos muito conversar"; e quem é capaz de perder tempo,

muito tempo, com a mais útil das inutilidades e pensar no ser amado,

degustar cada momento vivido e recordar palavras, fotos e carícias

com uma vontade doida de estourar o tempo e embebedar-se de flores astrais.


Namora, quem fala da infância e da fazenda das férias, 

quem aguarda com aflição, o telefone tocar

e dá um salto para atendê-lo antes mesmo do primeiro trim.


Namora quem namora, quem à toa chora, quem rememora, 

quem comemora datas que o outro esqueceu.

Namora quem é bom, quem gosta da vida, de nuvem,

de rio gelado e de parque de diversões.


Namora quem sonha, quem teima, quem vive morrendo de amor e quem morre vivendo de amar.


--


Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;


É um não querer mais que bem querer;

É solitário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder;


É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata lealdade.


Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?


(Luís Vaz de Camões)


--


Soneto da fidelidade

(Vinicius de Moraes)


De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento


E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.


--


Meu destino


Nas palmas de tuas mãos

leio as linhas da minha vida.

Linhas cruzadas, sinuosas,

interferindo no teu destino.

Não te procurei, não me procurastes –

íamos sozinhos por estradas diferentes.

Indiferentes, cruzamos

Passavas com o fardo da vida…

Corri ao teu encontro.

Sorri. Falamos.

Esse dia foi marcado

com a pedra branca

da cabeça de um peixe.

E, desde então, caminhamos

juntos pela vida…


--


O verbo no infinito


Ser criado, gerar-se, transformar

O amor em carne e a carne em amor; nascer

Respirar, e chorar, e adormecer

E se nutrir para poder chorar


Para poder nutrir-se; e despertar

Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir

E começar a amar e então sorrir

E então sorrir para poder chorar.


E crescer, e saber, e ser, e haver

E perder, e sofrer, e ter horror

De ser e amar, e se sentir maldito


E esquecer tudo ao vir um novo amor

E viver esse amor até morrer

E ir conjugar o verbo no infinito...


Vinicius de Moraes


--


Fique o amor onde está; seu movimento

nas equações marítimas se inspire

para que, feito o mar, não se retire

de verdes áreas de seu vão lamento.


Seja o amor como a vaga ao vago intento

de ser colhida em mãos; nela se mire

e, fiel ao seu fulcro, não admire

as enganosas rotações do vento.


Como o centro de tudo, não se afaste

da razão de si mesmo, e se contente

em luzir para o lume que o ensolara.


Seja o amor como o tempo – não se gaste

e, se gasto, renasça, noite clara

que acolhe a treva, e é clara novamente.


--


Passam anos e voam aves sem

norte ou sul, sem mar ou terra

e são primaveras, e são outonos

e o tempo passa com a velocidade

de uma águia sem que nos roube

o calor que vive no meu e só meu

coração.


Ondas gigantes desaparecem na

luz dos oceanos, surgem nuvens e

outras folhas de árvores desconhecidas

e seu nome é a tatuagem que arde

no meu peito, e é no pensamento

que seu olhar enlouquece o meu

coração.


--


Eu te amo

(Chico Buarque de Hollanda)


Ah, se já perdemos a noção da hora

Se juntos já jogamos tudo fora

Me conta agora como hei de partir


Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios

Rompi com o mundo, queimei meus navios

Me diz pra onde é que inda posso ir


Se nós, nas travessuras das noites eternas

Já confundimos tanto as nossas pernas

Diz com que pernas eu devo seguir


Se entornaste a nossa sorte pelo chão

Se na bagunça do teu coração

Meu sangue errou de veia e se perdeu


Como, se na desordem do armário embutido

Meu paletó enlaça o teu vestido

E o meu sapato inda pisa no teu


Como, se nos amamos feito dois pagãos

Teus seios inda estão nas minhas mãos

Me explica com que cara eu vou sair


Não, acho que estás se fazendo de tonta

Te dei meus olhos pra tomares conta

Agora conta como hei de partir


--


Teresa


A primeira vez que vi Teresa

Achei que ela tinha pernas estúpidas

Achei também que a cara parecia uma perna


Quando vi Teresa de novo

Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo

(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)


Da terceira vez não vi mais nada

Os céus se misturaram com a terra

E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.


--


Sem remédio


Aqueles que me têm muito amor

Não sabem o que sinto e o que sou...

Não sabem que passou, um dia, a Dor

À minha porta e, nesse dia, entrou.


E é desde então que eu sinto este pavor,

Este frio que anda em mim, e que gelou

O que de bom me deu Nosso Senhor!

Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!


Sinto os passos de Dor, essa cadência

Que é já tortura infinda, que é demência!

Que é já vontade doida de gritar!


E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,

A mesma angústia funda, sem remédio,

Andando atrás de mim, sem me largar!


Florbela Espanca


--


Ouvi, senhora, o cântico sentido

Do coração que geme e s´estertora

N´ânsia letal que mata e que o devora

E que tornou-o assim, triste e descrido.


Ouvi, senhora, amei; de amor ferido,

As minhas crenças que alentei outrora

Rolam dispersas, pálidas agora,

Desfeitas todas num guaiar dorido.


E como a luz do sol vai-se apagando!

E eu triste, triste pela vida afora,

Eterno pegureiro caminhando,


Revolvo as cinzas de passadas eras,

Sombrio e mudo e glacial, senhora,

Como um coveiro a sepultar quimeras!


--


Entre as pedras que a vida

Colocava no meu caminho,

Encontrei sem esperar

A mais bela, delicada

E perfeita flor: você!


No meu coração nasceu

O mais forte dos amores

E na minha vida floriu

O mais lindo dos jardins.


Você é a minha felicidade

E tudo é mais belo

Só porque você existe.

Te amo, meu amor!

Hoje e para todo sempre!


--


Fanatismo

(Florbela Espanca)


Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.

Meus olhos andam cegos de te ver.

Não és sequer razão do meu viver

Pois que tu és já toda a minha vida!


Não vejo nada assim enlouquecida…

Passo no mundo, meu Amor, a ler

No misterioso livro do teu ser

A mesma história tantas vezes lida!…


Tudo no mundo é frágil, tudo passa…

Quando me dizem isto, toda a graça

Duma boca divina fala em mim!


E, olhos postos em ti, digo de rastros:

‘Ah! podem voar mundos, morrer astros,

Que tu és como Deus: princípio e fim!…


--


Bilhete


Se tu me amas, ama-me baixinho

Não o grites de cima dos telhados

Deixa em paz os passarinhos

Deixa em paz a mim!

Se me queres,

enfim,

tem de ser bem devagarinho, Amada,

que a vida é breve, e o amor mais breve ainda…


--


Sua vida pode ser uma comédia, uma aventura ou uma história de superação, sucesso e amor. Mas pode ser também um drama, uma tragédia ou a monotonia da não mudança.


Porque todos nós temos tudo isso em nossas vidas. O que muda é como editamos, em quais experiências mantemos o foco e sobre o que falamos.


Fale do drama, e sua vida será um drama. Fale da aventura e a mesma vida será deliciosa.


Aldo Novak


--


Sempre que olho para o céu

Sinto uma vontade de ter asas

Voar para te encontrar

Uma vontade de possuir você


Você que me ama

Sabe o que sinto

Quando olho para o céu

Às vezes chega até doer


As estrelas me lembram você

Tão linda, tão iluminada

Mas tão distante de mim

Perdoe-me amor


Não me canso de pensar

Que um dia poderei tocar você

Dizer pessoalmente

O bem que me fazes

O quanto és importante


Às vezes penso que você

é apenas um sonho...

Que um dia eu irei acordar

E viver somente da saudade

que sentirei de você


Hoje está frio em meu quarto

Sinto mais ainda tua falta

Vontade de tirar você

dos meus sonhos

e trazê-la para minha realidade


Ouço tua voz dizendo

que me ama

e que és minha menina

Me entristeço, confesso...

Não sei se devia...

Mas o que fazer se te amo demais?


O mar traz tua lembrança

Sei que tua essência vem dele

Assim como a minha também

Por isso sinto tua falta


Teu amor me alimenta

Teus dengos me animam

Teus carinhos me excitam

Tua voz me embriaga


Estou só em meu quarto

Mas estou com você

em meu coração

Desejando que meu amor

tenha uma boa noite


Que seus sonhos sejam

lindos como são os meus

Que eu possa estar com você

caminhando de mão dadas

pela praia...


Não sei o que será do futuro

Nem quero pensar

Somente desejo curtir você

Enquanto for minha

somente minha...


--


As sem-razões do amor

(Carlos Drummond de Andrade)


Eu te amo porque te amo.

Não precisas ser amante,

e nem sempre sabes sê-lo.

Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça

e com amor não se paga.


Amor é dado de graça,

é semeado no vento,

na cachoeira, no eclipse.

Amor foge a dicionários

e a regulamentos vários.


Eu te amo porque não amo

bastante ou de mais a mim.

Porque amor não se troca,

não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor a nada,

feliz e forte em si mesmo.


Amor é primo da morte,

e da morte vencedor,

por mais que o matem (e matam)

a cada instante de amor.


--


Amar você é coisa de minutos…


Amar você é coisa de minutos

A morte é menos que teu beijo

Tão bom ser teu que sou

Eu a teus pés derramado

Pouco resta do que fui

De ti depende ser bom ou ruim

Serei o que achares conveniente

Serei para ti mais que um cão

Uma sombra que te aquece

Um deus que não esquece

Um servo que não diz não

Morto teu pai serei teu irmão

Direi os versos que quiseres

Esquecerei todas as mulheres

Serei tanto e tudo e todos

Vais ter nojo de eu ser isso

E estarei a teu serviço

Enquanto durar meu corpo

Enquanto me correr nas veias

O rio vermelho que se inflama

Ao ver teu rosto feito tocha

Serei teu rei teu pão tua coisa tua rocha

Sim, eu estarei aqui


--


Inconstância


Procurei o amor, que me mentiu.

Pedi à Vida mais do que ela dava;

Eterna sonhadora edificava

Meu castelo de luz que me caiu!


Tanto clarão nas trevas refulgiu,

E tanto beijo a boca me queimava!

E era o sol que os longes deslumbrava

Igual a tanto sol que me fugiu!


Passei a vida a amar e a esquecer...

Atrás do sol dum dia outro a aquecer

As brumas dos atalhos por onde ando...


E este amor que assim me vai fugindo

É igual a outro amor que vai surgindo,

Que há-de partir também... nem eu sei quando...


Florbela Espanca


--


Sem você, não sei o que seria de mim.

Sem você, não acreditaria no amor,

nunca teria conhecido a felicidade

e não seria nada, enfim.


Você é meu sorriso mais bonito,

minha alegria mais sincera,

meu adormecer mais tranquilo

e ao seu lado, é sempre primavera!


Amo você, meu amor!


--


Amor


Amemos! Quero de amor

Viver no teu coração!

Sofrer e amar essa dor

Que desmaia de paixão!

Na tu'alma, em teus encantos

E na tua palidez

E nos teus ardentes prantos

Suspirar de languidez!

Quero em teus lábio beber

Os teus amores do céu,

Quero em teu seio morrer

No enlevo do seio teu!

Quero viver d'esperança,

Quero tremer e sentir!

Na tua cheirosa trança

Quero sonhar e dormir!

Vem, anjo, minha donzela,

Minha'alma, meu coração!

Que noite, que noite bela!

Como é doce a viração!

E entre os suspiros do vento

Da noite ao mole frescor,

Quero viver um momento,

Morrer contigo de amor!


--


Oh estações, oh castelos!

Que alma é sem defeitos?


Eu estudei a alta magia

Do Amor, que nunca sacia.


Saúdo-te toda vez

Que canta o galo gaulês.


Ah! Não terei mais desejos:

Perdi a vida em gracejos.

Tomou-me corpo e alento,

E dispersou meus pensamentos.


Ó estações, ó castelos!


Quando tu partires, enfim

Nada restará de mim.


Ó estações, ó castelos!


Arthur Rimbaud


--


Será que foram seus olhos,

Ou seus lábios se abrindo

No mais sublime dos sorrisos?

Será que foi sua melodiosa voz,

Ou o simples toque da sua pele?

Será que foi seu jeito meigo de ser,

Ou a força que há no seu caráter?

Não sei dizer como começou o feitiço

Apenas sei que jamais terá fim,

Pois do tamanho que é o infinito

Assim será o meu amor por você!


--


Cantiga para não morrer


Quando você for se embora,

moça branca como a neve,

me leve.


Se acaso você não possa

me carregar pela mão,

menina branca de neve,

me leve no coração.


Se no coração não possa

por acaso me levar,

moça de sonho e de neve,

me leve no seu lembrar.


E se aí também não possa

por tanta coisa que leve

já viva em seu pensamento,

menina branca de neve,

me leve no esquecimento.


--


Princesa, rainha, mulher ou menina

você será sempre minha e do coração

que é meu e sempre será seu também.

Princesa, rainha.

Mulher, menina.


Um amor assim igual ao meu por

você ou ao seu por mim é igual ao

que ninguém mais tem ou se tem

não o tem tão límpido assim.

Um amor assim.

Um amor e sim.


Lágrimas minhas suas não serão.

É uma promessa de vida, de corpo

e jamais em vão.


Sorrisos meus seus sempre serão.

Não é uma promessa, mas sim um

ultimato à razão.


--


Casamento


Há mulheres que dizem:

Meu marido, se quiser pescar, pesque,

mas que limpe os peixes.

Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,

ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.

É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,

de vez em quando os cotovelos se esbarram,

ele fala coisas como ‘este foi difícil’

‘prateou no ar dando rabanadas’

e faz o gesto com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez

atravessa a cozinha como um rio profundo.

Por fim, os peixes na travessa,

vamos dormir.

Coisas prateadas espocam:

somos noivo e noiva.


--


Prefiro Rosas


Prefiro rosas, meu amor, à pátria,

E antes magnólias amo

Que a glória e a virtude.


Logo que a vida me não canse, deixo

Que a vida por mim passe

Logo que eu fique o mesmo.


Que importa àquele a quem já nada importa

Que um perca e outro vença,

Se a aurora raia sempre,


Se cada ano com a primavera

As folhas aparecem

E com o outono cessam?


E o resto, as outras coisas que os humanos

Acrescentam à vida,

Que me aumentam na alma?


Nada, salvo o desejo de indiferença

E a confiança mole

Na hora fugitiva.


Ricardo Reis


--


O amor de uma vida

Uma vida que é e foi

um tudo que sempre

se manterá.

O amor de uma vida.


O sangue do sempre

Uma vida em dádiva

um nada inexistente e

tudo existe.

O sangue do sempre.


Passam anos, nascem

flores de todos as cores

e corre o rio sem medida

e passam anos sem que nosso

amor desvaneça.


Tudo muda, sorrisos de

esperança como canções

são declamados no coração

de alguém, que como eu ama

seus filhos.


Alguém como eu que ama

seus filhos no tempo da eternidade!


--


Beijo eterno


Quero um beijo sem fim,

Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!

Ferve-me o sangue. Acalma-o com teu beijo,

Beija-me assim!

O ouvido fecha ao rumor

Do mundo, e beija-me, querida!

Vive só para mim, só para a minha vida,

Só para o meu amor!


Fora, repouse em paz

Dormindo em calmo sono a calma natureza,

Ou se debata, das tormentas presa,

Beija inda mais!

E, enquanto o brando calor

Sinto em meu peito de teu seio,

Nossas bocas febris se unam com o mesmo anseio,

Com o mesmo ardente amor!


Diz tua boca: "Vem!"

Inda mais! diz a minha, a soluçar... Exclama

Todo o meu corpo que o teu corpo chama:

"Morde também!"

Ai! morde! que doce é a dor

Que me entra as carnes, e as tortura!

Beija mais! morde mais! que eu morra de ventura,

Morto por teu amor!


Quero um beijo sem fim,

Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!

Ferve-me o sangue: acalma-o com teu beijo!

Beija-me assim!

O ouvido fecha ao rumor

Do mundo, e beija-me, querida!

Vive só para mim, só para a minha vida,

Só para o meu amor!


--


Nirvana


Viver assim: sem ciúmes, sem saudades,

Sem amor, sem anseios, sem carinhos,

Livre de angústias e felicidades,

Deixando pelo chão rosas e espinhos;


Poder viver em todas as idades;

Poder andar por todos os caminhos;

Indiferente ao bem e às falsidades,

Confundindo chacais e passarinhos;


Passear pela terra, e achar tristonho

Tudo que em torno se vê, nela espalhado;

A vida olhar como através de um sonho;


Chegar onde eu cheguei, subir à altura

Onde agora me encontro - é ter chegado

Aos extremos da Paz e da Ventura!


Antero de Quental


--


Todos os poemas são de amor, todos

menos os que não são e esses de amor

são pois ao amor não se referem e isso

é amor também.


Nenhuma glória é sua se de amor não

viver seu coração ou sua cabeça ou

seu olhar ou seu chorar ou seu andar

descalço no chão.


Porque o chão também é amor e a

poeira que por amor é calcada ou

o vento que por amor é bajulado

ou esquecido no ar.


Todos os poemas são de amor, todos

menos este que fala de amor como se

de amor dependesse o viver de quem

é amor também.


--


Soneto de Fidelidade


De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento


E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinicius de Moraes


--


Um amor que termina

que se desfaz em pedaços

que se perde no vento


Um amor que vai embora

que nos deixa sozinhos

que não nos abraça


Um amor que vale tudo

que não tem preço

que não tem igualdade


Um amor maior que outros

que rejuvenesce qualquer um

que ama quem ama ou não ama


--


As sem-razões do amor


Eu te amo porque te amo,

Não precisas ser amante,

e nem sempre sabes sê-lo.

Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça

e com amor não se paga.


Amor é dado de graça,

é semeado no vento,

na cachoeira, no eclipse.

Amor foge a dicionários

e a regulamentos vários.


Eu te amo porque não amo

bastante ou demais a mim.

Porque amor não se troca,

não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor a nada,

feliz e forte em si mesmo.


Amor é primo da morte,

e da morte vencedor,

por mais que o matem (e matam)

a cada instante de amor.


Carlos Drummond de Andrade


--


É um sentimento sem nome, uma

voz sem som, um odor repleto

de temperatura inexistente.

Só o amor tem o poder de se

fazer amar sem que amando

se desvende seu rosto.


É uma dor que grita no peito, a

do amor sem resposta, a dor do

amor não correspondido.

Só a força é capaz de contornar

a tristeza de amar sem ser amado

por quem damos o mundo.


Por quem damos o mundo sem

pedir algo em troca!


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